Quero também compartilhar um pouco da minha
experiência como missionária católica, quando há 9 anos recentes,
passei cinco meses percorrendo o sertão de Minas, ajudando a um padre
daquela região e dando assistência espiritual e física a um povo bom e
muito sofrido. Muita fome e muita sede, miséria e escravidão mantida em pleno
século XXI, pela elite que se diz cristã e se “mostra” muito religiosa, mas que
na realidade apenas usa a Igreja de forma tradicional colonialista, para servir
os seus interesses. Eu e o padre, éramos ameaçados de morte e até sofremos um
atentado quando vínhamos de uma missa na qual o padre havia homiliado sobre o
Sermão da Montanha. Eu estava dirigindo o carrinho velho e fraco quando ao
dobrar a esquina, uma moto foi jogada de encontro ao carro em toda a
velocidade. O motoqueiro ainda deu alguns tiros, mas como estava desequilibrado
ao saltar da moto e o carro ganhou uma velocidade que Deus deu naquele momento,
acabamos por nos livrar. O caso foi levado ao Bispo daquela região que cuidou
da ocorrência e não nos intimidamos em retornar àquele lugar. Quando vínhamos à
noite por uma certa estrada particular de um quilombo, precisávamos ter cuidado
para não atropelar crianças, idosos e mulheres embriagadas caídas na terra, por
que naquele canavial que produzia cachaça, o patrão não lhes pagava com
dinheiro, mas com “medo” e a fome os obrigava a “comer” cachaça à noite para
trabalhar durante o dia. Quando fazíamos reunião nas míseras capelinhas que
haviam nos povoados, éramos cercados de jagunços com rifle a tiracolo para nos
intimidar. Hoje esta realidade ainda não está totalmente modificada mas,
as pessoas já não têm tanto medo, já estão bem mais esclarecidas e socialmente
amparadas pelas políticas públicas dos dois últimos presidentes. Finalmente o
Brasil “pulou” a cerca da escravatura em todos os sentidos. Mas é preciso consolidar
esta conquista. Esta geração de eleitores recentes, nem conhece a
história política e social do Brasil, até por que os mais velhos querem mais é
esquecer e não fazem comentários. Mas esta política do passado, com hábitos
colonialistas, demagogos, ainda continua sendo usada pelos herdeiros do “poder”
que ainda lutam para voltar a implantar aquelas facilidades das quais gozavam
as famílias dos antigos senhores fulanos de tal. Basta ver que o candidato
mineiro a presidente, batizou uma filha durante a campanha, para se mostrar
religioso aos olhos do povo. É isto que o eleitor deve aprender : a sacar
a demagogia, a deixar cair a ficha de imediato, a repudiar a velha política e o
uso indiscriminado de Jesus Cristo. O pior tempo já passou para os brasileiros.
Vamos fazer a nossa parte para que estas mudanças continuem e as futuras
gerações sejam mais felizes. Por isto, desejo que você vá exercer a sua
cidadania com o coração, os olhos, a mente e todos os sentidos inflamados do
amor de Cristo. Ele morreu por nós e a luta continua. Ser cristão é seguir a
Cristo, amando ao próximo como a si mesmo. Primeiro, melhorar a sociedade sem
rancor e sem mágoas. Sem a ideologia populista de classes e poderes
absolutos. O olhar do cristão deve ser para a frente e o caminhar
ser com fé, bem estar, paz e tranqüilidade. O poder, é de Deus!
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